recuperar intimidades
escravizadas a alheio mando;
mobilar de eu e migo
as veredas da alma;
deixar de meter tu e tigo
em toda fiada ilusão.
Reencontrar-se
no ritmo recolhido
das carícias,
no grave olhar,
na acorde harmonia
de pessoa e máscara.
Reassumir nos ombros
o exercício dos braços.
Tudo volta ao antigo posto:
a liberdade corre às pernas
e instala-se no calcanhar.
Os pés demandam caminhos
na avidez de povoar de espaço
os rastos intervalares.
Paris, janeiro, 1970.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário: