quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Geografia final, livro de pedra

"Geografia final, livro de pedra", o Canto Geral ajuda-nos a conhecer o homem em toda a duração do seu inquieto deambular pela terra: "Que era o homem? Em que parte de sua conversa franca / entre os armazéns e os assobios, em qual dos seus movimentos metálicos / vivia o indestrutível, o imperecível, a vida?" Como os grandes aedos, Neruda impõe-se uma missão: contar uma história - "Estou aqui para contar a história." Embora se alterem, no curso da fabulação, o processo e a arte do discurso poético, prevalece o engenho. E é graças a ele que o canto mantém, enervada, a sua intensidade.

QUEIROZ, Maria José de. A América sem nome. Rio de Janeiro: Agir, 1997. p. 151-152.