(Gabriel Celaya)
Palavra a declinar-se
em cinco casos
e uma invocação:
amor, amoris.
Nome de vasto império,
lei, culto, servidão.
Nos cinco sentidos
a sua garra.
O mistério se faz carne,
o corpo aprende a ser corpo
habitado:
amorosa iniciação.
Do nominativo ao ablativo
Do nominativo ao ablativo
a carne se entende e se explica,
cumprindo-se em si mesma
em cópula fabular
de clara dicção.
Amor, amoris:
em genitivo de posse
em dativo de entrega,
ou de ablação,
nome, nome, sempre nome,
de humana declinação.
Singular ou plural,
étimo e desinência,
com residência na terra
– sangue, instinto, vocação.
QUEIROZ, Maria José de. Resgate do real: amor e morte. Coimbra: Coimbra 1978. p. 23-24.
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