domingo, 9 de agosto de 2009

Todos os aromas e sabores na poesia uruguaia

Todos os aromas e sabores da natureza visitam a poesia de Juana de Ibarbourou. Sensibilizaram-na a doçura do mel, o amargo do fel, o perfume e o colorido de todos os frutos e flores. A cesta de frutas e o mel provocam-lhe o paladar:
"El deseo me eriza la piel.
Comeré? Beberé?"
Às vezes, um desejo insólito se manifesta:
"Morder musgos rojizos y ácidos".
Gostos estranhos vêm-lhe à boca:
"Hay un sabor de algas mínimas y remotas..."
ou
"Me asaltó la garganta un sabor de ceniza".
Mas o maior prazer é o de comer, "de la carne jugosa de las fresas" e penetrar os "dientes sanos y agudos en la carne compacta de un durazno".

QUEIROZ, Maria José de. A poesia de Juana de Ibarbourou. Belo Horizonte: Imprensa da UFMG, 1961. p. 92-93.