quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Pré-lançamento de "Como me contaram: fábulas historiais (volume I e II)

 UM MOSAICO DE FÁBULAS HISTORIAIS

O primeiro volume de Como me contaram… fábulas historiais, publicado por Maria José de Queiroz em 1973, sai, nesta edição, em 2023, junto ao seu segundo volume. Herdeira de ancestralidades heroicas, em culto aos “deuses lares” e à mitologia da família, a escritora transita, nesses preciosos poemas, contos, lápides, pela história de Minas Gerais, metáfora do Brasil, conferindo às narrativas, um caráter fabulatório inigualável. Minas Gerais é, pois, estado d’alma e está além do som. A cronista, de prodigiosa memória, inscreve-se no texto registrando fábulas e acontecimentos, resgatando, pela escrita, as narrativas ouvidas, lidas e reconstruídas pela imaginação. As histórias ou realidades, sempre “bons pertences” da terra mineira, são organizadas num misto de folclore e de “verdade verdadeira”, ao sabor de Garcilaso de la Vega e de Jorge Luis Borges. Como um mosaico de “fábulas historiais”, ela vai juntando, por bricolagem, os pedaços da história. Desse exercício de mosaísta da escritora, resulta um quadro literário dos mais requintados. Marcados pelos nomes das cidades mineiras, Mariana, Vila Rica, São João Del-Rei, e pelas datas dos acontecimentos, 1752, 1782, 1898, esses registros parecem despretensiosos e quase corriqueiros. No entanto, lapidares, as narrativas dedicadas ao condenado de Vila Rica, a Maria Brites, ao bibliotecário do Caraça ou ao Lobisomem da Quaresma brilham na trama do bordado. Nessas histórias, é possível perceber uma técnica sofisticada, um rigoroso exercício de composição textual. Ao entrelaçar o fio da história com o fio da ficção, o texto escrito, nas mãos da cronista, é bordado e tapete com mil fios e mil histórias, idas, vividas e reinventadas. Há de se levar em conta, então, que a história, no registro de Queiroz, é “como me contaram”, ou seja, tem o aval de quem conta um conto, de quem aumenta ou subtrai ponto, linha, nó. Se qualquer destino pode ser inventado ou construído, o leitor deve estar atento ao risco do bordado, à construção desse tecido-texto que não tem por base somente o fio do que foi documentado, mas também o que foi desfiado, fiado e porfiado. Minas, como uma espécie de biblioteca infinita, exibe, nas fábulas historiais de Maria José de Queiroz, inúmeras e inigualáveis preciosidades narrativas. Vamos a elas!

Lyslei Nascimento

Fonte: https://caravanagrupoeditorial.com.br/produto/como-me-contaram-fabulas-historiais-volume-i-e-ii/?fbclid=IwAR2zIxIWxZAhm1UGgPeRujbk7sFzB862mpKXyxnwahOtwYksmyMoYUt07TA


quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

José e Maria


Casamento de Maria e José (ícone bizantino)

José viu Maria tão bela em maio,
primavera chegou, chegou afinal.
Um lírio floriu tão tardio no outono,
uma estrela brilhou no céu matinal.
Anjo santo veio a terra. Era março.
Dezembro em Belém, boa nova é Natal.

José viu Maria tão bela em maio,
primavera chegou, chegou afinal.
Um lírio floriu tão tardio no outono,
uma estrela brilhou no céu matinal.
Paz na terra, glória a Deus nas alturas.
Os três reis magos - sagração augural.

José viu Maria tão bela em maio,
primavera chegou, chegou afinal.
Um lírio floriu tão tardio no outono,
uma estrela brilhou no céu matinal.
José viu Maria tão bela em maio,
Deus se fez homem, eu sou imortal.

Belo Horizonte, 20 de maio de 1983.

QUEIROZ, Maria José de. José e Maria. In: QUEIROZ, Maria José de. Desde longe. Belo Horizonte: Caravana, 2020. p. 81.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Fotografia: Lesle Nascimento

Maria José de Queiroz
Belo Horizonte, 29 de maio de 1934
Belo Horizonte, 15 de novembro de 2023

 

domingo, 1 de janeiro de 2023

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Bibliografia MJQ

QUEIROZ, Maria José de. A poesia de Juana de Ibarbourou. Belo Horizonte: Imprensa da UFMG, 1961.

QUEIROZ, Maria José de. Do indianismo ao indigenismo nas letras hispano-americanas. Belo Horizonte: Imprensa da UFMG, 1962.

QUEIROZ, Maria José de. A literatura encarcerada. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971.

QUEIROZ, Maria José de. Cesar Vallejo: ser e existência. Coimbra: Atlântida, 1971.

QUEIROZ, Maria José de. Exercício de levitação. Coimbra: Atlântida, 1971.

QUEIROZ, Maria José de. Presença da literatura hispano-americana. Belo Horizonte: Imprensa da UFMG, 1971.

QUEIROZ, Maria José de. Exercício de gravitação. Coimbra: Atlântida, 1972.

QUEIROZ, Maria José de. Como me contaram... fábulas historiais. Belo Horizonte: Imprensa/Publicações, 1973.

QUEIROZ, Maria José de. Exercício de fiandeira. Coimbra: Coimbra, 1974.

QUEIROZ, Maria José de. Ano novo, vida nova. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.

QUEIROZ, Maria José de. Invenção a duas vozes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.

QUEIROZ, Maria José de. Resgate do real: amor e morte. Coimbra: Coimbra Ed., 1978.

QUEIROZ, Maria José de. Homem de sete partidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.

QUEIROZ, Maria José de. Para que serve um arco-íris? Belo Horizonte: Imprensa da UFMG, 1982.

QUEIROZ, Maria José de. Joaquina, filha do Tiradentes. Edição. São Paulo: Marco Zero, 1987.

QUEIROZ, Maria José de. Operação Strangelov: a ecologia e o domínio do mundo. Belo Horizonte: Vigília, 1987.

QUEIROZ, Maria José de. A comida e a cozinha: iniciação à arte de comer. Rio de Janeiro: Forense, 1988.

QUEIROZ, Maria José de. A literatura alucinada. Rio de Janeiro: Atheneu Cultura, 1990.

QUEIROZ, Maria José de. Sobre os rios que vão. Rio de Janeiro: Atheneu Cultura, 1990.

QUEIROZ, Maria José de. A América: a nossa e as outras. Rio de Janeiro: Agir, 1992.

QUEIROZ, Maria José de. Joaquina, filha do Tiradentes. 2. ed. Rio de Janeiro: Círculo do Livro, 1992.

QUEIROZ, Maria José de. O chapéu encantado. Belo Horizonte: Lê, 1992.

QUEIROZ, Maria José de. A literatura e o gozo impuro da comida. Rio de Janeiro: Topbooks, 1994.

QUEIROZ, Maria José de. Amor cruel, amor vingador. Rio de Janeiro: Record, 1996.

QUEIROZ, Maria José de. Refrações no tempo: tempo histórico, tempo literário. Rio de Janeiro: Topbooks, 1996.

QUEIROZ, Maria José de. A América sem nome. Rio de Janeiro: Agir, 1997. 

QUEIROZ, Maria José de. Os males da ausência ou A literatura do exílio. Rio de Janeiro: Topbooks, 1998. (Prêmio JABUTI, de Ensaio, Câmara Brasileira do Livro, 1999).

QUEIROZ, Maria José de. Homem de sete partidas. 2. ed. Rio de Janeiro: Record. 1999.

QUEIROZ, Maria José de. Joaquina, filha do Tiradentes. 3. ed. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999. (Versão integral com posfácio da autora).

QUEIROZ, Maria José de. Joaquina, filha do Tiradentes. 3. ed. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999. (Versão integral com posfácio da autora, e-book).

QUEIROZ, Maria José de. Vladslav Ostrov: príncipe do Juruena. Rio de Janeiro: Record, 1999.

QUEIROZ, Maria José de. Em nome da pobreza. Rio de Janeiro: Topbooks, 2006.

QUEIROZ, Maria José de. A literatura encarcerada. 2. ed. Belo Horizonte: Caravana, 2019.

QUEIROZ, Maria José de. Terra incógnita. Belo Horizonte: Caravana, 2019.

QUEIROZ, Maria José de. Desde longe. 2. ed. Belo Horizonte: Caravana, 2020.

QUEIROZ, Maria José de. Amor cruel, amor vingador. 2. ed. Belo Horizonte: Caravana, 2021.

QUEIROZ, Maria José de. O chapéu encantado. 2. ed. Belo Horizonte: Ave, 2022.

Bibliografia sobre MJQ


AGUIAR, Jaciani Muniz de. À moda de tragédia grega: amor e ódio na ficção de Maria José de Queiroz. 2022. 121 f. Dissertação – Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, 2022.

ALMEIDA, Carlos Heli. Uma viagem pela história. Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, p. 3, 28 de nov. 1987.

ALMEIDA, Carlos Heli. Vida e lógica num romance. Estado de Minas, Belo Horizonte, p. 4, 24 abr. 1979.

ARAÚJO, Zilah Corrêa de. Maria José de Queiroz, uma visita. Minas Gerais. Suplemento LiterárioBelo Horizonte. 21 nov. 1970, p.10.

ASSIS, Luciara. Maria José de Queiroz. In: DUARTE, Constância Lima (org.). Mulheres em Letras: antologia de escritoras mineiras. Florianópolis: Editora Mulheres, 2008. p. 249-266.

BARBOSA, Maria Lúcia. História e memória na ficção de Maria José de Queiroz. 2018. 157 f. Tese - Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018.

BICHARA, Ivan. Joaquina, filha do Tiradentes, numa história de amor e desamor. Minas Gerais. Suplemento Literário, Belo Horizonte, n. 1107, 17 nov. 1988.

CARVALHO, Gilberto Vilar de. Prisioneira da História. O Globo, Rio de Janeiro, 8 nov. 1987.

CASTRO, Moacir Werneck de. Um cardápio continental. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Ideias /Livros & Ensaios, p. 12, 9 jan. 1993.

CLEMENTE, José. Como me contaram. Estado de Minas, Belo Horizonte, Pequenos Anúncios, p. 1, 17 jul. 1973. 

CLEMENTE, José. Maria José de Queiroz, também romancista. Estado de Minas, Belo Horizonte, Pequenos Anúncios, p. 1, ano?

CLEMENTE, José. O maior pleito a Afonso Pena Júnior. Estado de Minas, Belo Horizonte, Primeira Seção, p. 10, 29 set. 1968. 

CLEMENTE, José. Presença da ausente Maria José de Queiroz. Estado de Minas, Belo Horizonte, Segunda Seção, p. 6, 2 jun. 1971.

DUARTE, José Afrânio. Ficção histórica. Estado de Minas, Segunda Seção, p. 5, 14 abr. 1988. 

FIGUEIREDO, Guilherme. Sobre Dráculas e Tiradentes. O Globo, Rio de Janeiro, p. 3, 26 mar. 1993.

FIÚZA, Nadiny Prates. Figurações do masculino em Invenção a duas vozes, de Maria José de Queiroz. 2019. Dissertação – Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, 2019.

FLEURY, Beth. Maria José, escrevendo a literatura dos encarcerados. Jornal de Casa, Literatura, p. 1-3, 5 jul. 1981.

FRANÇA, Eurico Nogueira. Maria José de Queiroz: Joaquina, filha do Tiradentes. Colóquio/Letras, n. 107, jan./fev., 1989.

FRIEIRO, Eduardo. Indigenismo e revolução. Estado de Minas, Belo Horizonte, p. 3, 7 out. 1962. 

FRIEIRO, Eduardo. Literatura indigenista. Estado de Minas, Belo Horizonte, p. 3, 30 set. 1962.

FRIEIRO, Eduardo. Sobre Juana de América. Estado de Minas, Belo Horizonte, p. 32, 2 out. 1961.

GAZOLLA, Lúcia Helena. A história secreta de Tiradentes. Jornal do Brasil, 21 dez. 1987.

GOMES, Danilo. A imortalidade de Maria José. Estado de Minas, Terceira Seção, p. 5, Belo Horizonte, 25 set. 1978.

GOMES, Danilo. Maria José de Queiroz, poetisa. Estado de Minas, Belo Horizonte, Segunda Seção, p. 4, 25 set. 1973.

GOMES, Danilo. Presença da Literatura Hispano-americana. Estado de Minas, Belo Horizonte, p. 7, 18 fev. 1971.

GOMES, Danilo. Prosadores e poetas. Estado de Minas, Belo Horizonte, p. 4, 03 mar. 1975.

GUIMARÃES, Maria Silvia Duarte. Tecer o visível e entretecer o invisível: As cidades invisíveis, de Italo Calvino e Como me contaram: fábulas historiais, de Maria José de Queiroz. 106 f. Dissertação – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.

GUIMARÃES, Maria Silvia Duarte. Tecer o visível e entretecer o invisível: As cidades invisíveis, de Italo Calvino e Como me contaram: fábulas historiais, de Maria José de Queiroz. Belo Horizonte: Caravana, 2021.

HOHLFELDT, Antônio. Relembrando a bastarda. Minas Gerais. Suplemento Literário. Belo Horizonte, n.11-12, 17 nov. 1988.

IGEL, Regina. Brazil Novels: Filha de Tiradentes. Handbook of Latin American Studies. v. 58. Texas: University of Texas Press, 2002. p. 637.

LAPORTE, Silvia Helena. História do homem através da mesa. Estado de Minas, Belo Horizonte, Caderno Feminino, p. 12, 18 dez. 1994.

LIMA, Christini Roman de. A ficção de crime em Amor cruel, amor vingador, de Maria José de Queiroz. Revista Brasileira de Literatura Comparada, v. 23, n. 44, p. 265-269, set.-dez., 2021. doi: https:// doi.org/10.1590/2596-304x20212344crl

LUCAS, Fábio. O Tiradentes de cada um. Leitura. São Paulo, p. 13, 8 jul. 1989.

MENDES, Oscar. Exercício de fiandeira. Estado de Minas, Belo Horizonte, 23 jul. 1975, Segunda Seção, p. 6

MENDES, Oscar. Três romances. Estado de Minas, Belo Horizonte, p. 8, 9 mai. 1981.

MENEZES, Filipe. Sobre os rios que vão: cantando em Babilônia as canções de Sião. Circulação, tramas & sentidos na literatura. ABRALIC. Disponível em: https://abralic.org.br/anais/arquivos/2018_1547746703.pdf. Acesso em: 12 dez. 2021.

MENGOZZI, Federico. Um nome para esquecer: Joaquina. Jornal de Letras, Destaque Cultural, p. 216, jul. 1989.

MIRAGLIA, Sylvio. Romance à margem da História. Estado de Minas, Belo Horizonte, 17 jan. 1988, p. 2.

NASCIMENTO, Lesle; NASCIMENTO, Lyslei. Maria José de Queiroz: artesã da palavra. Belo Horizonte, 2012. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dd-XDPmaM00. Trailer. Acesso em: 24 out. 2022.

NASCIMENTO, Lyslei (curadoria). Vozes poéticas de Minas: Maria José de Queiroz. Belo Horizonte: AML/EJEF. Disponível em: https://ejef.tjmg.jus.br/vozes-poeticas-de-minas-maria-jose-de-queiroz/. Acesso em: 12 out. 2022.

NASCIMENTO, Lyslei. A literatura e o gozo impuro da comida segundo Maria José de Queiroz. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XD7TWawF5Jk. Acesso em: 12 mar. 2022.

NASCIMENTO, Lyslei. A literatura e o gozo impuro da comida segundo Maria José de Queiroz. Revista da Academia Mineira de Letras. Belo Horizonte, p. 282 - 291, 2020.

NASCIMENTO, Lyslei. América Latina: um nome a ser resgatado. Hoje em Dia, Belo Horizonte, 04 maio, 1997, p. 4.

NASCIMENTO, Lyslei. Como me contaram... fábulas historiais. Aula Magna: Revista de Cultura Universitária, v. 1, n. 1, Belo Horizonte, 2002. p. 17-21.

NASCIMENTO, Lyslei. Exercício de fiandeira: Joaquina, filha do Tiradentes, de Maria José de Queiroz. 1995. 136 f. Dissertação (Literatura Brasileira) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1995.

NASCIMENTO, Lyslei. Exercício de fiandeira: Joaquina, filha do Tiradentes, de Maria José de Queiroz. São José do Rio Preto: HN, 2022. Disponível em: https://editorahn.com.br/produto/exercicio-de-fiandeira-joaquina-filha-do-tiradentes-de-maria-jose-de-queiroz/.

NASCIMENTO, Lyslei. História ocidental do exílio tem inventário. O Tempo, Belo Horizonte, 18 abr. 1998. p. 5.

NASCIMENTO, Lyslei. Maria José de Queiroz por caminhos e tinta de América. Revista da Academia Mineira de Letras, v.1, Belo Horizonte, p. 242-256, 2021.

NASCIMENTO, Lyslei. Maria José de Queiroz: uma literatura contra o esgotamento. Belo Horizonte, 2009. Disponível em: http://mariajosedequeiroz.blogspot.com/2009/07/maria-jose-de-queiroz.html. Acesso em: 20 out. 2022.

NASCIMENTO, Lyslei. Nos bastidores da Inconfidência Mineira. Hoje em Dia, Belo Horizonte, 29 de junho, 1997. p.3.

NASCIMENTO, Lyslei. O romancista-historiador e a melancolia em Joaquina, filha do Tiradentes, de Maria José de Queiroz. In: Anais do II Congresso de Ciência Humanas Letras e Artes das Universidades Federais de Minas Gerais. Uberlândia: Zardo, 1995. p.58.

NASCIMENTO, Lyslei. O sabor inigualável do verbo. Academia Mineira de Letras. Belo Horizonte: Academia Mineira de Letras, 2021. Disponível em: https://academiamineiradeletras.org.br/artigos/o-sabor-inigualavel-do-verbo-a-poesia-de-maria-jose-de-queiroz-2/. Acesso em: 22 set. 2022.

NASCIMENTO, Lyslei. Os males da ausência de Maria José de Queiroz. Anais do IX Congresso Nacional Mulher & Literatura. v. 2, n. 1, Belo Horizonte: Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários da FALE/UFMG, 2001. p.242-245.

NASCIMENTO, Lyslei. Sobre cortes e costuras: Joaquina, filha do Tiradentes. Crônicas Editoriais. Belo Horizonte: Caravana, 2020. Disponível em: https://caravanagrupoeditorial.com.br/wp-content/uploads/2020/08/Sobre-cortes-e-costuras.pdf. Acesso em: 20 jan. 2022.

NASCIMENTO, Lyslei. Tempo, violência, memória. Hoje em Dia, Belo Horizonte, 31 mar. 1993. p.4.

OLIVEIRA, Maria do Carmo Gaspar. Joaquina, filha do Tiradentes pela mão de Maria José de Queiroz. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 1988.

ORLANDO, José Antônio. Amor cruel, amor vingador é para fãs de requinte e boas histórias. Belo Horizonte: Estado de Minas, 16 out. 2021.

ORLANDO, José Antônio. Relatos sobre o amor extremo e seus avessos. Zona curva. 22 out. Disponível em: https://www.zonacurva.com.br/relatos-sobre-o-amor-extremo-e-seus-avessos/. Acesso em: 12 out. 2021.

PIGNATARO, Iolanda. As duas vozes de Maria José de Queiroz. Estado de Minas, Belo Horizonte, Caderno 2, p. 5, 20, out. 1979. 

PIGNATARO, Iolanda. Maria José de Queiroz e o seu Homem de sete partidas. Estado de Minas, Belo Horizonte, 27 nov. 1980, Segunda Seção, p. 1. p. 58.

SANTOS, Fábio. Canções do exílio. República, Ano 2, N.º 20, Rio de Janeiro, junho 1998. p.94-99.

SILVA, Zina Bellodi. Joaquina, a filha de Tiradentes. Inconfidência Mineira, Leitura, São Paulo, 8 nov. 1988.

SILVA, Zina Bellodi. O conflito que a história esqueceu. Afinal. São Paulo, n. 196, p. 23, 31 mai. 1986.

VILLAS-BOAS, Luciana. Obra injustiçada. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Informe/ Ideias, p. 2, 17 set. 1994.

sábado, 27 de agosto de 2022



Não lhe disse que a dor passaria quando estivéssemos na estrada? Não há dor que resista a essa beleza, Joaquina. É o trecho mais bonito da viagem. E olhe que sou tropeiro curtido! depois de pujar esta serra é que se aprende a distinguir o bonito do feio e a formosura da beleza, não estou certo? Lá pelos lados de Toledo, bem próximo do Rio de Janeiro, há um lugar tão bonito quanto este: é a montanha do Pujar da Serra. Sao três quartos de légua do cume à raiz da serra. Para mim, porém, nada há que iguale a esse pujar de Minas. Lá, mais próximo do litoral, a vegetação é mais abundante, mais verde. Mas aqui, as montanhas são de um tom azulado que fariam o nosso desenhista holandês transformar-se em pintor. De mim para mim, cá entre nós, confesso que não sou muito de desenho. A pintura é que é arte, Digo isso o que sinto, sem entender do assunto. O encanto dessa paisagem aqui são as cores. Já imaginaram se tudo fosse preto e branco? 

QUEIROZ, Maria José de. Joaquina, filha do Tiradentes. São Paulo: Marco Zero, 1987. p. 161-162.

sábado, 20 de agosto de 2022

Os livros de Tiradentes



Estendi as peças de roupa no quintal e continuei a abrir arcas e canastras. Deixei por último a canastra dos livros e papéis. Encontrei dois cadernos em que começara a rabiscar as primeiras letras, um caderno de Caligrafia, um livro de Gramática e um de História. Todos destruídos pelas traças. Havia ainda um embrulho com os dizeres: Para Joaquina, filha de Joaquim José. Abri-o. Mais livros e papéis. Os livros: Tratado de cirurgia dos pobres, Tratado das febres intermitentes, Elementos de medicina prática, Dicionário Francês e Latino de Medicina, Manual do moço praticante de cirurgia, Segredos das Artes e Ofícios, Conhecimento prático dos remédios, Enfermidades dos exércitos, Compêndio de Botânica, Conservação da saúde dos povos, Coleção dos remédios fáceis e domésticos, Compêndio de História Natural, Tratado de Mineralogia. Todos intactos. O papel, tratado com verniz e cera, protegera-os contra as traças e o cupim.

QUEIROZ, Maria José de. Joaquina, filha do Tiradentes. São Paulo: Marco Zero, 1987. p. 191.

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

NOTA BENE: Joaquina em Dores do Indaiá

Fotografia: Geraldo Amarildo
https://www.instagram.com/geraldoamarildo/

Em 1904 encontramos Joaquina, em companhia da mãe, na cada da avó, na Rua da Ponte Seca. (1) Em 1807, toda a família silva Pais - sua família materna -, transfere residência para Dores do Indaiá. Não há, no entretanto, qualquer referência à presença de Joaquina nesta cidade. João de Almeida Beltrão, filho de Eugênia Joaquina da Silva e do Cadete José Pereira de Almeida Beltrão, assume, surpreendentemente, o papel de filho natural do Alferes, passando mesmo a reivindicar o parentesco para tornar-se seu herdeiro presuntivo. (2)  A partir de 1805 não temos, portanto, qualquer notícia da vida de Joaquina nos registros da família Silvia Pais. A história, por sua vez, esqueceu, sem remorso, o seu rosto, o seu nome e a data da sua morte.

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(1) Consultem-se: Autos da Devassa da Inconfidência Mineira. 2a. ed. Introdução e notas de Herculano Gomes Mathias e Tarquínio J. B. de Oliveira. Brasília: Câmara dos Deputados;Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1976 a 1982, v. 1-9.

(2) Autos da Devassa da inconfidência Mineira, 1976 a 1982, v. 3. p. 346-347.



domingo, 7 de agosto de 2022

Música e tradição cultural em Sobre os rios que vão, de Maria José de Queiroz, de Filipe Amaral Rocha de Menezes

No romance Sobre os rios que vão, de Maria José de Queiroz, publicado em 1990, destacam-se vocábulos inerentes ao campo semântico da música como cravelha, harpejo, afinação, pianissimo. O texto, entretecendo referências literárias e bíblicas, narra a história de uma família de judeus búlgaros no Brasil, com seus dilemas e embates, num ambiente cultural repleto dos ditados populares sefarditas, os chamados refranes, e o maravilhoso mundo da música erudita e das oficinas de luteria. Em meio aos nomes das famílias de violinos, Amati, Guadagnini e o preciosíssimo Stradivarius, a família Leite, anteriormente Levi, busca na tradição cultural e na música o seu lugar no mundo, a compreensão de seu passado e o desvelo do presente, em meio a brasilidade. Neste artigo buscou-se observar no texto como a a musicalidade e a tradição cultural representada pelos ditados populares judaico-sefarditas dos refranes compõem a trama que envolve essa família de imigrantes em busca de sua brasilidade, sem deixar de lado sua herança cultural.

Menezes, F. A. R. de. (2020). Música e tradição cultural em Sobre os rios que vão, de Maria José de Queiroz. Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG14(26), 36–45. https://doi.org/10.35699/1982-3053.2020.2171

Fonte:  https://periodicos.ufmg.br/index.php/maaravi/article/view/21713